e-Motion. Revista de Educación, Motricidad e Investigación
2018, nº 10, pp. 33-54. ISSNe: 2341-1473
© Copyright: 2018 Grupo de investigación (HUM-643)
Edición Web (www.uhu.es/publicaciones/ojs/index.php/e-moti-on/index)
Avaliação da Aptidão Física em Idosos
Vicente, S.1, Faustino, A. 2, Serrano, J.2 y Batista, M.2
1 Municipio de Pampilhosa da Serra; email: profefsamuel@gmail.com
2 Instituto Politécnico de Castelo Branco
Email: a.faustino@ipcb.pt
RESUMO: O presente estudo tem como objetivo principal conhecer a aptidão
física funcional em dois grupos distintos de idosos (praticantes e não
praticantes de atividade física organizada) do concelho de Pampilhosa da
Serra. Saber se diferenças ao nível da aptidão física entre um grupo que
praticou atividade física organizada durante 9 meses (2x semana) e um grupo
que não praticou e ainda saber se diferenças ao nível da aptidão física
entre os grupos de ginástica sénior das diferentes freguesias. A amostra foi
constituída por 225 idosos com idades entre os 65 e 94 anos de idade. Na
recolha de dados foi aplicada a bateria de testes Senior Fitness Test (Rikli y
Jones, 2001). Os resultados demonstraram que os praticantes que tiveram
atividade física organizada apresentaram em todos os testes melhores níveis
de aptidão física. Entre os dois grupos encontrámos diferenças
estatisticamente significativas em todas as provas aplicadas. Concluimos que
a prática de atividade física organizada teve um impacto positivo na aptidão
física dos idosos avaliados.
PALABRAS CHAVE: Envelhecimento, Gerontomotricidade, Atividade Física,
Qualidade de Vida, Aptidão Física.
Assessment of Physical Fitness in the Elderly
ABSTRACT: This study aims to identify the functional fitness in two different age
groups (practitioners and non-practitioners of organized physical activity) from
Pampilhosa da Serra municipality. Whether there are differences in terms of
physical fitness among a group who practiced physical activity organized for 9
months (2x semana) and a group that did not practice and also whether there
are differences in terms of physical fitness among senior gymnastics groups from
different parishes. The sample consisted of 225 elderly people aged between
65 and 94 years old. Collecting data was applied to a battery Senior fitness test
tests (Kikli y Jones, 2001). The main results showed that the organized physical
activity practitioners had in all tests better fitness levels than non-practitioners.
Between the two groups found statistically significant differences in all applied
tests. We conclude that the practice of organized physical activity has a
positive impact on the physical fitness of the elderly evaluated.
KEY WORDS: Aging, gerontomotricity, Physical Activity, Quality of Life, Physical
Fitness.
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y Batista
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1. INTRODUÇÃO
Na atualidade, os idosos são cada vez mais um grupo social que atrai a
atenção dos indivíduos e da comunidade científica (investigadores), muito devido à
esperança média de vida ter aumentado de forma significativa, são necessários
esforços para compreender e investigações na área que permitam um melhor
entendimento da sua situação.
Os indicadores sociais apontam para um envelhecimento populacional ao vel
europeu, assistimos atualmente a uma diminuição da taxa de natalidade e
mortalidade, afetando diretamente a população ativa, que diminui 13% em relação ao
trimestre homólogo de 2013, correspondendo a 66,4 mil indivíduos (INE, dados
estatísticos de Emprego 2014, 1.º trimestre).
A população residente em Portugal, em 31 de dezembro de 2014, foi estimada
em 10374822 de indivíduos, o que significou uma diminuição de -0,5% face ao valor
estimado para o ano anterior, mantendo, assim, a tendência negativa de crescimento
populacional registada nos quatro anos anteriores (-0,1%, entre 2009 e 2010, -0,3%
entre 2010 e 2011, -0,5% entre 2011 e 2012, e -0,6% entre 2012 e 2013). (INE, 2015).
Em paralelo, assistimos ainda um decréscimo da população ativa e ao acréscimo da
população reformada, que na região centro, encontramos uma população de
591,670 de um total de 2,339,094 (INE, dados dos censos de 2011).
Com a intenção de promover a atividade física organizada no concelho de
Pampilhosa da Serra, mostrando aos cidadãos alguns benefícios que esta tem na
aptidão física funcional, o presente estudo tem como tema “Avaliação da Aptidão
Física em Idosos”.
O objetivo principal do estudo foi avaliar a aptidão física funcional em idosos
praticantes e não praticantes de atividade física organizada, tendo em conta que os
utentes praticantes têm duas aulas por semana ao longo de 9 meses. Ainda foi
realizada uma comparação entre os 8 grupos de ginástica sénior, no sentido de
perceber qual a turma que tem melhores níveis de aptidão física funcional.
A amostra foi constituída por 225 idosos com idades compreendidas entre 65 e
97 anos de idade, residentes no concelho de Pampilhosa da Serra. Para avaliar a
aptidão física funcional a amostra foi dividida em 2 grandes grupos (156 praticantes de
atividade física organizada e 69 não praticantes de atividade física organizada.) e o
grupo de praticantes de atividade física organizada em 8 subgrupos (grupos de
ginástica sénior).
Na recolha de dados foi aplicado a bateria de testes Senior Fitness Test (Rikli y
Jones, 2001), que tem a finalidade de avaliar a aptidão física funcional, a qual foi
aplicada pelo investigador seguindo o protocolo de provas, sendo os testes aplicados
em salas adequadas e pela mesma ordem nos dois grupos (praticantes e não
praticantes). A análise estatística dos dados foi realizada através do software SPSS
versão 23.0.
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1.1. Justificação do estudo
Devido ao envelhecimento acentuado da população no concelho de
Pampilhosa da Serra1, surge a necessidade de avaliar se a atividade física organizada
tem um impacto substancial, por forma a melhorar os níveis de aptidão física dos
idosos, com isto consideramos pertinente fazer uma comparação entre os grupos de
idosos praticantes de atividade física organizada (utentes da ginástica sénior) e, por
sua vez, uma comparação entre estes e os que não praticam atividade física
organizada. E por este motivo, importa investigar sobre como envelhecer com
qualidade de vida e quais os contributos da prática da Atividade Física Organizada
nesta faixa etária.
1.2. Objetivo Geral
O objetivo geral do nosso estudo foi conhecer a aptidão física funcional dos
idosos do concelho da Pampilhosa da Serra e, saber se diferenças ao nível da
aptidão física entre um grupo que praticou atividade física organizada durante 9 meses
(2xsemana) e um grupo que não praticou e ainda saber se diferenças ao nível da
aptidão física entre os grupos de ginástica sénior das diferentes freguesias.
1.3. Objetivos Específicos
Avaliar a aptidão física de um grupo de idosos submetidos à prática de
atividade física organizada do concelho de Pampilhosa da Serra.
Avaliar a aptidão física de um grupo de idosos não submetidos à prática de
atividade física organizada do concelho de Pampilhosa da Serra.
Comparar a aptidão física funcional de um grupo de idosos praticantes e de um
grupo de idosos não praticantes de atividade física organizada, do concelho de
Pampilhosa da Serra para verificar se existem diferenças significativas entre eles.
Comparar os resultados da aptidão física funcional do grupo de idosos
praticantes de atividade física organizada das diferentes freguesias de Pampilhosa da
Serra, para saber se existem diferenças significativas nos resultados.
1.4. Hipóteses do estudo
Hipótese 1, diferenças estatisticamente significativas na aptidão física
funcional entre o grupo de idosos praticantes de atividade física organizada e o grupo
de idosos não praticantes de atividade física organizada.
Hipótese 2, diferenças estatisticamente significativas na aptidão física
funcional dos praticantes de atividade física organizada entre as diferentes freguesias
do concelho de Pampilhosa da Serra.
1 Localidade onde um dos autores exerce a sua atividade profissional.
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2. MÉTODO
2.1. Amostra
A participação no estudo foi realizada de forma voluntária. A amostra foi
constituída por 225 idosos com idades compreendidas entre 65 e 97 anos de idade,
residentes no concelho de Pampilhosa da Serra. Para avaliar a aptidão física funcional
a amostra foi dividida em 2 grandes grupos (156 praticantes de atividade física
organizada e 69 não praticantes de atividade física organizada). O grupo de
praticantes de atividade física organizada pertence a 8 freguesias (grupos de ginástica
sénior).
Tabela 1. Amostra
Nível de atividade
Freguesia
Frequência
Percentagem (%)
Praticantes
Cabril
20
8,9
Dornelas
20
8,9
Fajão-Vidual
22
9,8
Janeiro de Baixo
23
10,2
Portela do Fojo-
Machio
29
12,9
Pampilhosa da
Serra
8
3,6
Pessegueiro
28
12,4
Unhais-o-Velho
6
2,7
Total
156
69,3
Não praticantes
Total
69
30,7
Total
225
100,0
2.2. Instrumentos
Tendo em conta os nossos objetivos de estudo, para avaliar os níveis de
aptidão física foram aplicados 7 testes da bateria de testes de Rikli y Jones (2001). A
bateria de testes Senior Fitness Test (Rikli y Jones, 2001), consiste num conjunto de
testes concebidos para avaliar parâmetros físicos associados à mobilidade e
funcionamento autónomos em idades compreendidas entre os 60 e 94 anos. Com esta
bateria de testes podemos avaliar a composição corporal, a força, a flexibilidade, o
equilíbrio dinâmico e agilidade, a resistência aeróbia e a coordenação (Rikli y Jones,
2001).
No presente estudo os testes aplicados foram os seguintes:
2.2.1. Composição corporal IMC
2.2.1.1. Objetivo
Avaliar o índice de massa corporal (Kg/m2).
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2.2.1.2. Equipamento necessário
Uma balança, uma fita métrica de 150cm, uma régua e um marcador.
2.2.1.3. Calçado
Por uma questão de tempo, as pessoas podiam estar calçadas durante a
medição da altura e do peso, efetuando-se os ajustamentos abaixo descritos para
correção do resultado. Recomendou-se todavia que esta avaliação seja realizada com
o participante descalço.
2.2.1.4. Descrição
Estatura: Aplicar verticalmente contra uma parede uma fita métrica de 150cm,
com o zero a 50cm acima do solo. O participante encontra-se em encostado contra
uma parede, olhando em frente, com a parte média da cabeça alinhada com a fita
métrica. O avaliador coloca a régua nivelada sobre a cabeça do participante, de forma
a tocar na fita métrica da parede. A estatura é a medida (cm) indicada na fita métrica
mais 50 cm (distância a partir do solo até ao zero da fita trica). Caso o participante
se encontre calçado, é necessário reduzir ao valor avaliado 1,3 a 2,5 cm.
Peso: O participante deve despir todas as peças de vestuário pesadas, tais
como casacos, camisolas grossas. O peso é medido e registado com aproximação às
100 g e ajustamentos relativos ao peso do calçado. Em geral deve ser subtraído 0,45
Kg para mulheres e 0,91 Kg para homens.
2.2.1.5. Avaliação e classificação
A classificação é obtida tendo em conta a tabela 2.
Tabela 2. Classificação do Índice de Massa Corporal
IMC (Kg/m2)
Défice de peso
≤ 18 Kg/m2
Intervalo saudável
19-26 Kg/m2
Excesso de peso
≥ 27 Kg/m2
Nota Fonte: Rikli, E. y Jones, J. (2001). Senior Fitness Test Manual. Champaign, IL: Human
Kinetics.
2.2.2. Levantar e sentar na cadeira
2.2.2.1. Objetivo
O teste “levantar e sentar na cadeira” tem como objetivo avaliar a força e
resistência dos membros inferiores.
2.2.2.2. Equipamento necessário
Cronómetro e uma cadeira com encosto (sem braços), com altura do assento
de aproximadamente 43 centímetros.
2.2.2.3. Descrição
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Por questões de segurança, a cadeira deve ser colocada contra uma parede ou
estabilizada de qualquer outro modo, de forma a evitar que se mova durante a
execução do teste.
O teste inicia-se com o participante sentado no meio da cadeira, com as costas
direitas e os pés afastados à largura dos ombros e totalmente apoiados no solo. Um
dos pés deve estar ligeiramente avançado em relação ao outro para ajudar a manter o
equilíbrio. Os membros superiores devem estar cruzados ao nível dos pulsos e contra
o peito. Ao sinal de “partidao participante eleva-se até à extensão máxima (posição
vertical) e regressa à posição inicial (sentado). O participante deve ser encorajado a
completar o máximo de repetições num intervalo de tempo de 30 segundos. Enquanto
é controlado o desempenho do participante para assegurar o maior rigor, o avaliador
conta as elevações corretas. Podem ser realizadas chamadas de atenção verbais ou
gestuais com o objetivo de corrigir o desempenho do avaliado. Após uma
demonstração realizada pelo avaliador, o participante pode realizar um ou dois
ensaios visando uma execução correta.
2.2.2.4. Avaliação e classificação
Em relação à avaliação, a mesma é obtida pelo número de execuções corretas
num intervalo de tempo de 30 segundos, caso o participante esteja a meio da
elevação no final dos 30 segundos, esta deve contar como uma elevação correta.
Finalmente, a classificação é realizada tendo em conta as tabelas 3 e 4.
Tabela 3. Classificação do teste levantar e sentar na cadeira em homens
Classificação:
(homens)
60-64
anos de
idade
65-69
anos de
idade
70-74
anos de
idade
75-79
anos de
idade
80-84
anos de
idade
85-89
anos de
idade
90-94
anos de
idade
Muito fraco
≤ 13
≤ 11
≤ 11
10
≤ 9
≤ 7
≤ 7
Fraco
14-15
12-14
12-13
11-13
10-11
8-10
8-9
Regular
16-17
15-16
14-16
14-15
12-13
11-12
10-11
Bom
18-20
17-19
17-18
16-18
14-16
13-15
12-13
Muito bom
≥ 21
≥ 20
≥ 19
≥ 19
≥ 17
≥ 16
≥ 14
Nota Fonte: Rikli, E. y Jones, J. (2001). Senior Fitness Test Manual. Champaign, IL: Human
Kinetics.
Figura 1 - Teste levantar e sentar na cadeira (Rikli y Jones, 2001).
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Tabela 4. Classificação do teste levantar e sentar na cadeira em mulheres
Classificação:
(mulheres)
60-64
anos de
idade
65-69
anos de
idade
70-74
anos de
idade
75-79
anos de
idade
80-84
anos de
idade
85-89
anos de
idade
90-94
anos de
idade
Muito fraco
≤ 12
≤ 12
≤ 11
≤ 10
≤ 10
≤ 9
≤ 8
Fraco
13-15
13-14
12-13
11-13
11-12
10-11
9-10
Regular
16-17
15-16
14-16
13-15
13-14
12-13
11-12
Bom
18-20
17-19
17-18
16-18
15-16
14-15
12-15
Muito bom
≥ 21
≥ 20
≥ 19
19
≥ 17
≥ 16
≥ 16
Nota Fonte: Rikli, E. y Jones, J. (2001). Senior Fitness Test Manual. Champaign, IL: Human
Kinetics.
2.2.3. Flexão do antebraço
2.2.3.1. Objetivo
O teste “flexão do antebraço” tem como objetivo avaliar a força e resistência
dos membros superiores.
2.2.3.2. Equipamento necessário
Um cronómetro, uma cadeira com encosto (sem braços), com altura do assento
de aproximadamente 43 centímetros e um haltere de mão (2,27 kg para as mulheres e
3,36 kg para os homens).
2.2.3.3. Descrição
Por questões de segurança, a cadeira deve ser colocada contra uma parede ou
estabilizada de qualquer outro modo, de forma a evitar que se mova durante a
execução do teste.
O teste inicia-se com o participante sentado numa cadeira, com as costas
direitas, com os pés totalmente assentes no solo e com o tronco totalmente encostado
na cadeira. O haltere deve estar seguro na mão dominante. O teste inicia-se com o
antebraço em posição inferior, ao lado da cadeira, perpendicular ao solo. Ao sinal de
“partida” o participante deve rodar gradualmente a palma da mão para cima, enquanto
faz a flexão do antebraço no sentido completo do movimento, depois regressa à
posição inicial de extensão do antebraço. O avaliador deve estar junto ao participante
no lado do braço dominante, colocando os seus dedos no bicípite do executante, de
modo a estabilizar a parte superior do braço, e assegurar que seja realizada uma
flexão completa, o antebraço do participante deve apertar os dedos do avaliador. A
parte superior do braço deve permanecer estática durante todo o teste.
O avaliador pode ter a necessidade de colocar a sua outra mão atrás do
cotovelo de forma que o executante saiba quando atinge a extensão total, evitando
assim movimentos de balanço do antebraço. O relógio deve ser colocado de forma
totalmente visível. O participante deve ser encorajado a realizar o maior número de
flexões possíveis num período de tempo de 30 segundos, mas sempre com
movimentos controlados, tanto na fase de flexão como na fase de extensão. O
avaliador deverá acompanhar as execuções de forma a assegurar que o peso é
transportado em toda a amplitude do movimento, da extensão total à flexão total. São
contabilizadas todas as flexões corretas, sempre que se verificarem execuções
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incorretas, o avaliador deve fazer chamadas de atenção verbais. O participante deve
realizar um ou dois ensaios após o avaliador fazer a demonstração.
2.2.3.4. Avaliação e classificação
A avaliação é obtida pelo número total de flexões corretas realizadas durante
um período de tempo de 30 segundos. Se no final dos 30 segundo o antebraço estiver
a meio da flexão, deve ser contabilizada como uma flexão total. Quanto à classificação
a mesma é obtida tendo em conta as tabelas 5 e 6.
Tabela 5. Classificação do teste flexão do antebraço em homens
Classificação:
(homens)
60-64
anos de
idade
65-69
anos de
idade
70-74
anos de
idade
75-79
anos de
idade
80-84
anos de
idade
85-89
anos de
idade
90-94
anos de
idade
Muito fraco
≤ 15
≤ 14
≤ 13
≤ 12
≤ 12
≤ 10
≤ 9
Fraco
16-18
15-17
14-16
13-15
13-15
11-13
10-11
Regular
19-20
18-20
17-19
16-17
15-17
14-15
12-13
Bom
21-23
21-23
20-22
18-20
18-20
16-17
14-15
Muito bom
≥ 24
≥ 24
≥ 23
≥ 21
≥ 21
≥ 18
≥ 16
Nota Fonte: Rikli, E. y Jones, J. (2001). Senior Fitness Test Manual. Champaign, IL: Human
Kinetics.
Tabela 6. Classificação do teste flexão do antebraço em mulheres
Classificação:
(mulheres)
60-64
anos de
idade
65-69
anos de
idade
70-74
anos de
idade
75-79
anos de
idade
80-84
anos de
idade
85-89
anos de
idade
90-94
anos de
idade
Muito fraco
≤ 13
≤ 11
≤ 11
≤ 10
≤ 9
≤ 7
≤ 6
Fraco
14-15
12-14
12-14
11-13
10-11
8-10
7-9
Regular
16-18
15-17
15-16
14-16
12-14
11-13
10-11
Bom
19-21
18-20
17-19
17-18
15-17
14-16
12-14
Muito bom
≥ 22
≥ 21
≥ 20
≥ 19
≥ 18
≥ 17
≥ 15
Nota Fonte: Rikli, E. e Jones, J. (2001). Senior Fitness Test Manual. Champaign, IL: Human
Kinetics.
Figura 2 - Teste flexão do antebraço (Rikli y Jones, 2001).
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2.2.4. Sentado e alcançar
2.2.4.1. Objetivo
O teste “sentado e alcançar” tem como objetivo avaliar a flexibilidade do tronco
e dos membros inferiores.
2.2.4.2. Equipamento necessário
Uma cadeira com encosto com uma altura aproximada de 43cm. Por razões de
segurança, a cadeira foi colocada contra uma parede e uma régua de 45 centímetros.
2.2.4.3. Descrição
O teste inicia-se com o participante sentado no bordo anterior do assento. Com
uma perna fletida e o totalmente apoiado no solo, a outra perna (de preferência) é
estendida com o em flexão a 90o. O movimento foi efetuado lentamente, com a
cabeça no prolongamento da coluna, deslizando as mãos (uma sobre a outra com as
pontas dos dedos sobrepostas) ao longo da perna estendida, em direção à ponta do
pé. A posição final foi mantida durante 2 segundos sem fletir o joelho. Após
demonstração por parte do avaliador, o mesmo questionou o participante sobre a
perna preferida. Após um ou dois ensaios o participante iniciou o teste.
2.2.4.4. Avaliação e classificação
O avaliador usou uma régua de 45cm registou a distância (cm) até a ponta do
(resultado negativo), ou para além da ponta do (resultado positivo), que
representando este ponto o zero. O melhor resultado de duas execuções é usado para
avaliar o desempenho. A classificação é realizada tendo em conta as tabelas 7 e 8.
Tabela 7. Classificação do teste sentado e alcançar em homens
Classificação:
(homens)
60-64
anos de
idade
65-69
anos de
idade
70-74
anos de
idade
75-79
anos de
idade
80-84
anos de
idade
85-89
anos de
idade
90-94
anos de
idade
Muito fraco
-3,4
-3,9
-3,9
-5,0
-6,2
-5,9
-7,2
Fraco
-3,3_-0,6
-3,8_-1,1
-3,8_-1,2
-4,9_-2,3
-6,1_-3,2
-5,8_-3,5
-7,1_-4,7
Regular
-0,5_1,8
-1,0_1,1
-1,1_1,1
-2,2_-0,1
-3,1_-0,8
-3,4_-1,3
-4,6_-2,5
Bom
1,9_4,6
1,2_3,9
1,2_3,8
0,0_2,8
-0,7_2,2
-1,2_1,1
-2,4_0,0
Muito bom
≥ 4,7
≥ 4,0
≥ 3,9
≥ 2,9
≥ 2,3
≥ 1,2
≥ 0,1
Nota Fonte: Rikli, E. y Jones, J. (2001). Senior Fitness Test Manual. Champaign, IL: Human
Kinetics.
Figura 3
- Teste sentar e alcançar (Rikli y Jones, 2001).
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y Batista
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Tabela 8. Classificação do teste sentado e alcançar em mulheres
Classificação:
(mulheres)
60-64
anos de
idade
65-69
anos de
idade
70-74
anos de
idade
75-79
anos de
idade
80-84
anos de
idade
85-89
anos de
idade
90-94
anos de
idade
Muito fraco
-1,3
-1,0
-1,7
-2,0
-2,6
-3,2
-5,1
Fraco
-1,2_1,1
-0,9_1,1
-1,6_0,5
-1,9_0,2
-2,5_-0,4
-3,1_-1,0
-5,0_-2,7
Regular
1,2_3,1
1,2_2,9
0,6_2,3
0,3_2,1
-0,3_1,4
-0,9_0,8
-2,6_-0,7
Bom
3,2_5,5
3,0_5,0
2,4_4,5
2,2_4,4
1,5_3,6
0,9_3,0
-0,6_1,7
Muito bom
≥ 5,6
≥ 5,1
≥ 4,6
≥ 4,5
≥ 3,7
≥ 3,1
≥ 1,8
Nota Fonte: Rikli, E. y Jones, J. (2001). Senior Fitness Test Manual. Champaign, IL: Human
Kinetics.
2.2.5. Sentado, caminhar 2,44m e voltar a sentar
2.2.5.1. Objetivo
O teste “sentado, caminhar 2,44m e voltar a sentar” tem com finalidade avaliar
a velocidade, a agilidade e o equilíbrio dinâmico.
2.2.5.2. Equipamento necessário:
Um cronómetro, uma fita métrica, um cone ou marcador e uma cadeira com
encosto (sem braços), com altura do assento de aproximadamente 43 centímetros.
2.2.5.3. Descrição
A cadeira deve ser posicionada contra uma parede ou de outra forma a garantir
que a mesma fique numa posição estática durante o teste. A cadeira deve estar numa
zona desobstruída, em frente a um cone à distância de 2,44m (esta medida deve ser
realizada desde a ponta da cadeira até à parte anterior do cone ou marcador). À volta
do cone ou marcador deve existir um espaço livre de pelo menos 1,22m de forma a
permitir que o participante contornar o mesmo livremente.
O participante inicia o teste na posição sentado na cadeira, numa postura
ereta, mãos nas coxas e com os pés totalmente assentes no solo, um ligeiramente
avançado em relação ao outro. Ao sinal de “partida” o participante eleva-se da cadeira,
caminha o mais rápido possível, contorna o cone ou marcador (por qualquer dos
lados) e regressa à posição inicial. O avaliador deve informar o participante de que se
trata de um teste “por tempo” sendo o objetivo do mesmo caminhar o mais rápido
possível, sem correr, contornar o cone ou marcador e voltar à posição inicial. O
avaliador deve dar assistência ao participante, mantendo-se por perto, de forma a dar
assistência em caso de o participante se desequilibrar. O cronómetro deve ser iniciado
ao sinal de partida” (quer o participante tenha ou não iniciado o movimento) e deve
ser parado no momento exato em que o participante se senta novamente na cadeira.
O participante deve realizar um ou dois ensaios após a demonstração por parte do
avaliador.
42
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y Batista
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Figura 4 - Teste sentado, caminhar 2,44 metros e voltar a sentar (Rikli y Jones, 2001).
2.2.5.4. Avaliação e classificação
A avaliação é obtida através do tempo decorrido entre o sinal de “partida” até
ao momento em que o participante se senta novamente na cadeira. Devem ser
registados dois valores até ao 0,01’, sendo o melhor resultado utilizado para medir o
desempenho do participante. Quanto à classificação, a mesma é obtida tendo em
conta as tabelas 9 e 10.
Tabela 1. Classificação do teste sentado, caminhar 2,44 metros e voltar a sentar em homens
Classificação:
(homens)
60-64
anos de
idade
65-69
anos de
idade
70-74
anos de
idade
75-79
anos de
idade
80-84
anos de
idade
85-89
anos de
idade
90-94
anos de
idade
Muito fraco
≥ 5,8
≥ 6,1
≥ 6,4
≥ 7,5
≥ 7,9
≥ 9,4
≥ 10,5
Fraco
5,7-5,0
6,0-5,4
6,3-5,6
7,4-6,4
7,8-6,9
9,3-7,9
10,4-8,8
Regular
4,9-4,4
5,3-4,8
5,5-5,0
6,3-5,4
6,8-6,0
7,8-6,5
8,7-7,4
Bom
4,3-3,6
4,7-4,1
4,9-4,2
5,3-4,3
5,9-4,9
6,4-5,0
7,3-5,7
Muito bom
≤ 3,5
≤ 4,0
≤ 4,1
≤ 4,2
≤ 4,8
≤ 4,9
≤ 5,6
Nota Fonte: Rikli, E. y Jones, J. (2001). Senior Fitness Test Manual. Champaign, IL: Human
Kinetics.
Tabela 2. Classificação do teste sentado, caminhar 2,44 metros e voltar a sentar em mulheres
Classificação:
(mulheres)
60-64
anos de
idade
65-69
anos de
idade
70-74
anos de
idade
75-79
anos de
idade
80-84
anos de
idade
85-89
anos de
idade
90-94
anos de
idade
Muito fraco
≥ 6,2
≥ 6,6
≥ 7,3
≥ 7,6
≥ 9,0
≥ 10,0
≥ 12,1
Fraco
6,1-5,5
6,5-5,9
7,2-6,4
7,5-6,7
8,9-7,8
9,9-8,5
12,0-10,2
Regular
5,4-4,9
5,8-5,3
6,3-5,6
6,6-5,9
7,7-6,7
8,4-7,3
10,1-8,6
Bom
4,8-4,2
5,2-4,6
5,5-4,7
5,8-5,0
6,6-5,4
7,2-5,8
8,5-6,7
Muito bom
≤ 4,1
≤ 4,5
≤ 4,6
≤ 4,9
≤ 5,3
≤ 5,7
≤ 6,6
Nota Fonte: Rikli, E. y Jones, J. (2001). Senior Fitness Test Manual. Champaign, IL: Human
Kinetics.
43
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2.2.6. Alcançar atrás das costas
2.2.6.1. Objetivo
O teste “alcançar atrás das costas” tem como objetivo avaliar a flexibilidade dos
membros superiores.
2.2.6.2. Equipamento necessário
Uma régua de 45 centímetros.
2.2.6.3. Descrição
O teste inicia-se com o participante na posição de pé. O mesmo coloca a mão
dominante por cima dele próprio e alcança o mais abaixo que conseguir em direção ao
meio das costas com a palma da mão virada para baixo e os dedos esticados, o
cotovelo deve apontar para cima. A outra mão é colocada por debaixo das costas e
por atrás, com a palma da mão virada para cima, tentado alcançar o mais longe
possível com o objetivo de tocar ou sobrepor os dedos médios de ambas as mãos.
Após um ou dois ensaios o participante inicia o teste.
2.2.6.4. Avaliação e classificação
A avaliação é atribuída através da distância de sobreposição ou a distância
entre os dedos médios. Os resultados negativos representam a distância mais curta
entre os dois dedos médios e os resultados positivos representam a medida de
sobreposição dos dedos médios. Devem ser registadas duas medidas, sendo o melhor
resultado utilizado para medir o desempenho. O avaliador deve garantir que são
registados os sinais de e + na ficha de registos. A classificação é realizada tendo em
conta as tabelas 11 e 12.
Tabela 11. Classificação do teste alcançar atrás das costas em homens
Classificação:
(homens)
60-64
anos de
idade
65-69
anos de
idade
70-74
anos de
idade
75-79
anos de
idade
80-84
anos de
idade
85-89
anos de
idade
90-94
anos de
idade
Muito fraco
-7,4
-8,2
-8,6
-9,9
-10,5
-10,2
-11,2
Fraco
-7,3_-4,6
-8,1_-5,3
-8,5_-5,7
-9,8_-6,9
-10,4_-7,1
-10,0_-7,4
-11,1_-8,4
Regular
-4,5_-2,2
-5,2_-2,9
-5,6_-3,3
-6,8_-4,3
-7,0_-4,3
-7,3_-5,0
-8,3_-6,0
Bom
-2,1_0,6
-2,8_0
-3,2_-0,4
-4,2_-1,3
-4,2_-1,2
-4,9_-2,2
-5,9_-3,2
Muito bom
≥ 0,7
≥ 0,1
-0,3
-1,2
-1,1
-2,1
-3,1
Nota Fonte: Rikli, E. y Jones, J. (2001). Senior Fitness Test Manual. Champaign, IL: Human
Kinetics.
Figura
5
Teste alcançar atrás das costas (Rikli y Jones, 2001).
44
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Tabela 12. Classificação do teste alcançar atrás das costas em mulheres
Classificação:
(mulheres)
60-64
anos de
idade
65-69
anos de
idade
70-74
anos de
idade
75-79
anos de
idade
80-84
anos de
idade
85-89
anos de
idade
90-94
anos de
idade
Muito fraco
-3,6
-4,3
-4,9
-5,5
-6,1
-7,7
-8,9
Fraco
-3,5_-1,6
-4,2_-2,1
-4,8_-2,6
-5,4_-3,1
-6,0_-3,7
-7,6_-5,0
-8,8_-5,8
Regular
-1,5_0,2
-2,0_-0,3
-2,5_-0,8
-3,0_-1,1
-3,6_-1,6
-4,9_-2,8
-5,7_-3,2
Bom
0,3_1,9
-0,2_1,9
-0,7_1,5
-1,0_1,3
-1,5_0,9
-2,7_-0,1
-3,1_-0,1
Muito bom
≥ 2,0
≥ 2,0
≥ 1,6
≥ 1,4
≥ 1,1
≥ 0,0
≥ 0,0
Nota Fonte: Rikli, E. y Jones, J. (2001). Senior Fitness Test Manual. Champaign, IL: Human
Kinetics.
2.2.7. Andar 6 minutos
2.2.7.1. Objetivo
O teste “andar durante 6 minutos” tem como objetivo avaliar a avaliar a
resistência aeróbica.
2.2.7.2. Equipamento necessário
Um cronómetro, uma fita métrica, paus ou pedrinhas, cones, giz, um marcador.
Por razões de segurança, foram colocadas cadeiras ao longo de vários pontos.
2.2.7.3. Montagem
O teste envolveu a medição da distância máxima de deslocamento, durante 6
minutos, ao longo de um percurso de 50 metros, com marcações de 5 em 5 metros. O
perímetro interno da distância medida, foi delimitada com cones e os segmentos de 5
metros com marcador ou giz. A área de percurso era bem iluminada, a superfície era
lisa e não deslizante.
2.2.7.4. Descrição
De forma a facilitar o processo de contabilização das voltas do percurso,
utilizámos dois processos em que cada participante que tinha a função de contar o
número de voltas escolhia o preferencial, um deles foi uma folha de registo, o outro foi
através de paus/pedrinhas. Ao sinal de “partida”, os participantes foram instruídos para
caminharem o mais rápido possível, sem correrem, na distância marcada à volta dos
cones. Durante o teste os participantes podiam parar e descansar, se necessário, e
Figura 6 - Teste andar durante 6 minutos (Rikli y Jones, 2001).
45
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depois voltar a caminhar. O avaliador moveu-se para dentro do percurso após todos
os participantes terem começado. Os tempos intermédios foram anunciados
aproximadamente a meio do percurso, quando faltavam 2 minutos e quando faltava 1
minuto. No final dos 6 minutos, os participantes foram instruídos a parar, deslocando-
se para a direita, onde um assistente registou a distância percorrida.
2.2.7.5. Avaliação e classificação
O avaliador registou a distância percorrida (metros) no intervalo de 6 minutos.
A classificação é realizada tendo em conta as tabelas 13 e 14.
Tabela 13. Classificação do teste andar durante 6 minutos distância em metros em homens
Classificação:
(homens)
60-64
anos de
idade
65-69
anos de
idade
70-74
anos de
idade
75-79
anos de
idade
80-84
anos de
idade
85-89
anos de
idade
90-94
anos de
idade
Muito fraco
≤ 597
≤ 544
≤ 526
≤ 449
≤ 423
≤ 358
≤ 279
Fraco
598-651
545-605
527-586
450-524
424-494
359-442
280-366
Regular
652-697
606-657
587-638
525-586
495-554
443-512
367-440
Bom
698-751
658-718
639-698
587-661
555-625
513-596
441-527
Muito bom
752
≥ 719
≥ 699
≥ 662
≥ 626
≥ 597
≥ 528
Nota Fonte: Rikli, E. y Jones, J. (2001). Senior Fitness Test Manual. Champaign, IL: Human
Kinetics.
Tabela 14. Classificação do teste andar durante 6 minutos - distância em metros em mulheres
Classificação:
(mulheres)
60-64
anos de
idade
65-69
anos de
idade
70-74
anos de
idade
75-79
anos de
idade
80-84
anos de
idade
85-89
anos de
idade
90-94
anos de
idade
Muito fraco
≤ 532
≤ 483
≤ 466
≤ 413
≤ 364
≤ 318
≤ 251
Fraco
533-582
484-543
467-524
414-480
365-433
319-394
252-326
Regular
583-624
544-593
525-572
481-538
434-491
395-458
327-388
Bom
625-674
594-653
573-630
539-605
492-560
459-534
389-463
Muito bom
≥ 675
≥ 654
≥ 631
≥ 606
≥ 561
≥ 535
≥ 464
Nota Fonte: Rikli, E. y Jones, J. (2001). Senior Fitness Test Manual. Champaign, IL: Human
Kinetics.
2.3. Recolha de dados
A recolha de dados foi realizada num único momento a individuos voluntários,
na tabela 15, segue o cronograma elaborado para a recolha respetiva.
Tabela 15. Cronograma de recolha de dados
Praticantes de AFO
Não praticantes de AFO
Freguesias de Pampilhosa da Serra
Associação de Solidariedade Social de
Dornelas do Zêzere
Outubro de 2015
Julho de 2016
Apresentação do estudo
Apresentação do estudo
Autorização de participação na
investigação
Autorização de participação na
investigação
Avaliação da aptidão física
Avaliação da aptidão física
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2.4. Procedimento de recolha de dados
Após ser realizada a recolha de dados, torna-se fulcral o tratamento de análise
dos mesmos, usamos para tal o programa de estatística S.P.S.S. (Statistical Package
for the Social Sciences), versão 23.0. De acordo com os procedimentos apresentados
posteriormente foi efetuada uma análise prévia dos dados para identificar outliers
(valores não aceitáveis) e para verificar se todos os dados correspondiam a
participantes que cumprem os requisitos que foram definidos para a investigação.
A análise descritiva dos dados foi efetuada a partir das medidas descritivas
básicas, média e desvio padrão. Foi utilizado o teste não paramétrico de Kolmogorov-
Smirnov para testar a normalidade das variáveis em cada um dos grupos de estudo,
sempre que o n > 30, quando o n < 30, foi utilizado o teste Shapiro-Wilk para testar a
normalidade, este foi realizado na análise entre freguesias.
Nas variáveis que têm a distribuição normal, foi aplicado o teste t - student para
medidas independentes e, quando as variáveis apresentaram mais do que duas
categorias, foi utilizada a “análise de variância” (Anova), com comparações múltiplas
de Scheffé, considerando o nível de significância de 0,05. Nas variáveis que não têm
distribuição normal, foi aplicado o teste não paramétrico U-Mann-Whitney para
medidas independentes, e quando as variáveis apresentaram mais do que duas
categorias foi utilizado o teste não paramétrico de Kruskal-Wallis Test, considerando o
nível de significância de 0,05, ou seja, com um nível de confiança de 95%.
Figura 7 Análise Estatística
3. RESULTADOS
3.1. Estatística Descritiva (Geral)
Começamos por apresentar uma descrição geral dos indivíduos relativamente
a alguns aspetos morfológicos, como a idade, altura, peso e índice de massa corporal
(IMC).
47
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y Batista
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Tabela 16. Parámetros Morfológicos
Relativamente à aptidão física começamos por apresentar uma análise geral
dos dados. Como podemos observar na tabela 17 para o teste levantar e sentar na
cadeira, os praticantes apresentaram uma média de 16 repetições, superior à média
apresentada pelos não praticantes que registaram 7 repetições. No teste flexão do
antebraço, os praticantes atingiram uma média de 21 repetições e os não praticantes
obtiveram um valor médio de 9 repetições. No teste sentado e alcançar a média nos
praticantes foi positiva com um valor médio de +6cm e os não praticantes foi
negativa, com um valor médio de -9cm. No teste sentado, caminhar 2,44m e voltar a
sentar, os praticantes alcançaram uma média de 6 segundos, os não praticantes
atingiram uma média de 21 segundos. No teste, alcançar atrás das costas, apesar da
média dos dois grupos ter sido negativa, os praticantes atingiram uma média de -
10cm, os não praticantes alcançaram uma média de -30cm. Relativamente ao teste
andar durante 6 minutos os praticantes percorreram em média 571 metros, os não
praticantes alcançaram um valor médio de 125 metros. Tendo em conta os resultados
apresentados, podemos referir que relativamente às médias os praticantes alcançaram
melhores resultados em todos os testes aplicados.
Tabela 17. Aptidão Física
Avaliação da Aptidão Física em Idosos
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y Batista
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3.2. Testes Estatísticos
Para verificar a normalidade na distribuição dos dados da amostra aplicámos o
teste de Kolmogorov-Smirnov (n > 30), como podemos observar na tabela 18.
Tabela 18. Teste da Normalidade (Kolmogorov-Smirnov n>30)
Como podemos constatar na tabela anterior, o IMC em ambos os grupos
apresenta uma distribuição normal (Sig. > 0,05), nos restantes testes existiu pelo
menos um grupo cuja distribuição era não normal (Sig. < 0,05).
Diferenças estatisticamente significativas (Distribuição Normal)
Tabela 19. Teste paramétrico T-Student
Diferenças estatisticamente significativas (Distribuição Não Normal)
Tabela 20. Teste não paramétrico U-Mann-Whitney
Através dos valores representados nas tabelas podemos constatar que existem
diferenças estatisticamente significativas em todos os parâmetros avaliados, visto que
o Sig. < 0,05.
De acordo com Paulo (2010) e com o nosso estudo ambos constatámos que
são evidenciados melhores resultados em todos os testes de ApF de praticantes de
AFO em relação aos não praticantes de AFO/sedentários.
3.3. Estatística Descritiva (Freguesias)
De seguida analisamos os dados tendo em conta a freguesia a que os utentes
praticantes de atividade física organizada pertencem. Nesta parte do estudo, a
amostra foi dividida em 8 grupos e procedeu-se à análise estatística com a finalidade
de verificar se havia ou não diferenças estatisticamente significativas entre os diversos
grupos.
49
Avaliação da Aptidão Física em Idosos
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y Batista
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Tabela 21. Parámetros Morfológicos
Como podemos observar na tabela 21 a média mais elevada de IMC é na
freguesia de Portela do Fojo Machio com um valor de 30,2 Kg/m2 e o valor médio
mais baixo de IMC é na freguesia de Unhais-o-Velho com o valor de 26,8 Kg/m2.
Numa primeira análise podemos referir que a freguesia de Unhais-o-Velho é aquela
que apresenta um IMC mais próximo do intervalo saudável, segundo a classificação
do Índice de Massa Corporal de Rikli y Jones (2001).
Relativamente à aptidão física começamos por apresentar os valores
alcançados por cada freguesia em relação aos testes de aptidão física funcional e
posteriormente analisamos se existem diferenças estatisticamente significativas entre
as mesmas.
Tabela 22. Aptidão Física
Como podemos observar na tabela 22 para o teste levantar e sentar na
cadeira, a freguesia que apresentou melhor média de resultados foi a de Unhais-o-
Velho com 20 repetições. No teste flexão do antebraço, a freguesia que apresentou
uma média mais significativa foi a de Dornelas do Zêzere com 31 repetições. No teste
sentado e alcançar a média mais alta foi a de Unhais-o-Velho com +25 cm. No teste
sentado, caminhar 2,44m e voltar a sentar, a freguesia que alcançou melhor média foi
a de Unhais-o-Velho com 4,37 segundos. No teste, alcançar atrás das costas, apesar
da média de todas as freguesias ter sido negativa, a freguesia que apresentou melhor
média foi a de Dornelas do zere com -6,85 cm. Relativamente ao teste andar
durante 6 minutos podemos observar que a freguesia de Dornelas do Zêzere foi
aquela que apresentou uma melhor média com 845 metros. Tendo em conta os
resultados apresentados, podemos referir que relativamente às médias, as freguesias
de Unhais-o-Velho e Dornelas do Zêzere foram no geral as que alcançaram melhores
resultados.
50
Avaliação da Aptidão Física em Idosos
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y Batista
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3.4. Testes Estatísticos
Para verificar a normalidade na distribuição dos dados em cada um dos grupos
foi aplicado o teste de Shapiro-Wilk (n < 30), como podemos observar na tabela 23.
Tabela 23. Teste da normalidade (Shapiro-Wilk n < 30)
Para verificarmos se existiam ou não diferenças estatisticamente significativas
entre as freguesias foram aplicados:
- Para os casos em que a distribuição se verificou ser normal (Sig. > 0,05),
utilizámos o teste paramétrico Anova. Como podemos constatar na tabela 24, para o
teste sentado e alcançar obtivemos um valor de Sig. > 0,05 em todas as freguesias.
- Para os casos em que a distribuição se verificou ser não normal (Sig. < 0,05)
utilizámos o teste não paramétrico Kruskal-Wallis Test como referido na tabela 25. Em
todos os outros testes obtivemos uma distribuição não normal, um valor de Sig. < 0,05,
em pelo menos uma das freguesias.
Diferenças estatisticamente significativas (Distribuição Normal)
Tabela 24. Teste paramétrico A-nova
Diferenças estatisticamente significativas (Distribuição Não Normal)
Tabela 25. Teste não paramétrico Kruskal-Wallis Test
Através dos valores representados nas tabelas podemos constatar que existem
diferenças estatisticamente significativas nos testes sentado e alcançar, levantar e
sentar da cadeira, flexão do antebraço, sentado, caminhar 2,44m e voltar a sentar e
andar durante 6 minutos, visto que o Sig. < 0,05
51
Avaliação da Aptidão Física em Idosos
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Para observarmos onde ocorrem as diferenças estatisticamente significativas
entre as freguesias, foi aplicado o teste de comparações múltiplas de Scheffé referido
na tabela 26.
Tabela 26. Teste de comparações múltiplas de Schef
4. DISCUSSÃO
Resumindo, podemos constatar que a prática de atividade física organizada
(Ginástica Sénior) teve um impacto positivo nos níveis de aptidão física dos idosos,
tendo sido visíveis melhorias nas médias dos resultados em praticamente todos os
testes aplicados, em comparação ao grupo de não praticantes de atividade sica
organizada. Quanto às diferenças estatisticamente significativas entre os grupos de
praticantes e não praticantes de AFO foram visíveis em todos os testes de Aptidão
Física Funcional (IMC; Levantar e sentar da cadeira; Flexão do antebraço; Sentado e
alcançar; Sentado, caminhar 2,44m e voltar a sentar; Alcançar atrás das costas;
Caminhar 6 minutos). Relativamente às diferenças estatisticamente significativas entre
as freguesias foram visíveis em cinco dos sete testes aplicados: sentado e alcançar,
levantar e sentar da cadeira, flexão do antebraço, sentado, caminhar 2,44m e voltar a
sentar e caminhar 6 minutos.
Petrica, Lima y Pereira (2008) realizaram um estudo com 30 idosas do género
feminino, com o objetivo de descobrir se diferenças significativas nas habilidades
motoras entre idosos que praticam atividades física orientada e idosos que não
praticam. Os principais resultados demonstraram que todas as habilidades motoras
avaliadas relevaram valores significativamente melhores em idosos que praticam
atividade física regular e orientada comparativamente com idosos que não praticam
atividade física organizada.
Paulo y Brito (2012) realizaram um estudo com 90 idosos (26 Sedentários, 26
praticantes de AF não formal e 38 praticantes de AFO), com o objetivo de verificar os
efeitos da prática de AF formal e não formal na melhoria da capacidade funcional e na
composição corporal (IMC) da população idosa. Os principais resultados
demonstraram que AF não formal tem efeitos na melhoria da capacidade funcional da
população idosa. No entanto não se verificam melhorias na flexibilidade e na
composição corporal, expressa pelo IMC, dos idosos com a prática não formal de AF.
As atividades físicas supervisionadas e com objetivos quanto à intensidade e tipo de
exercício, de forma continuada e regular, consolidam uma melhoria na capacidade
52
Avaliação da Aptidão Física em Idosos
Vicente, Faustino, Serrano,
y Batista
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e-Motion. Revista de Educación, Motricidad e Investigación
funcional e no IMC do idoso, comparativamente à AF não formal e ainda mais
acentuadamente com indivíduos sedentários.
Podemos também referir que a freguesia de Pessegueiro apresenta diferenças
estatisticamente significativas com três freguesias (Dornelas do Zêzere, Pampilhosa
da Serra e Unhais-o-Velho) e a freguesia de Unhais-o-Velho apresenta diferenças
estatisticamente significativas com cinco das sete freguesias restantes (Cabril, Fajão-
Vidual, Janeiro de Baixo, Portela do Fojo-Machio e Pessegueiro).
5. CONCLUSÕES
Podemos constatar que a prática de atividade física organizada (Ginástica
Sénior) teve um impacto positivo nos níveis de aptidão física dos idosos, tendo sido
visíveis melhorias nas médias dos resultados em praticamente todos os testes
aplicados, em comparação ao grupo de não praticantes de atividade física organizada.
Pela análise dos resultados podemos concluir que existem diferenças significativas
entre o grupo de idosos praticantes em relação ao grupo de não praticantes de AFO
no parâmetro IMC e em todas as provas aplicadas da bateria de testes de Rikli y
Jones (2001).
E nesse sentido aceitamos a Hipótese 1, diferenças estatisticamente
significativas na aptidão física funcional entre o grupo de idosos praticantes de
atividade física organizada e o grupo de idosos não praticantes de atividade física
organizada.
Podemos constatar que existem diferenças significativas na ApF entre as
freguesias nos testes sentar e levantar da cadeira, levantar e sentar da cadeira, flexão
do antebraço, sentado, caminhar 2,44m e voltar a sentar e caminhar durante 6
minutos. Essas diferenças foram observadas entre as freguesias de Pessegueiro e as
freguesias de Dornelas do Zêzere, Pampilhosa da Serra e Unhais-o-Velho e a
freguesia de Unhais-o-Velho com as freguesias do Cabril, Fajão-Vidual, Janeiro de
Baixo, Portela do Fojo-Machio e Pessegueiro.
Encontrámos diferenças estatisticamente significativas em 5 das 7 provas
aplicadas e nesse sentido rejeitamos a Hipótese 2, não há diferenças estatisticamente
significativas em todos os parâmetros avaliados de aptidão física funcional dos
praticantes de AFO entre as diferentes freguesias.
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