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Análisis y Modicación de Conducta
2022, Vol. 48, Nº 177, 113-129
ISSN: 0211-7339
Estudo dos fatores sociais e pessoais relacionados com os
sintomas depressivos na adolescência na Pandemia COVID-19
Study of social and personal factors related to depressive
symptoms in adolescence in the COVID-19 Pandemic
Tania Gaspar, PhD
ISAMB/Universidade de Lisboa/Aventura Social/CLISSIS/Universidade Lusíada, Portugal
Susana Gaspar, PhD
ISAMB/Universidade de Lisboa/Aventura Social, Portugal
Escola Superior de Saúde Atlântica/Universidade Atlântica, Barcarena, Portugal
Fábio Botelho Guedes • Ana Cerqueira • Cátia Branquinho
ISAMB/Universidade de Lisboa/Aventura Social, Portugal
Gina Tomé • Marta Reis
ISAMB/Universidade de Lisboa/Aventura Social/ FMH/Universidade de Lisboa, Portugal
Joaquim Castro de Freitas
Câmara Municipal de Famalicão
Margarida Gaspar de Matos, PhD
ISAMB/Universidade de Lisboa/Aventura Social e APPsyCI, ISPA, Portugal
Resumo
O presente trabalho tem como objetivo principal a
compreensão dos sintomas depressivos na adolescên-
cia durante a pandemia COVID-19 numa perspetiva bi-
opsicossocial. Participaram no estudo 826 adolescen-
tes residentes na área geográca da Câmara Municipal
de Famalicão (Portugal). Os resultados revelaram que
dos adolescentes em estudo, 30,7 % referiu ter sinto-
mas depressivos, 34,9% sentiu tristeza tão grande que
parece não aguentar. Destaca-se que 80,6% sentiu pre-
ocupações e 86,2% tem uma perceção positiva da sua
saúde. Ter sintomas depressivos está negativamente
associado a ter competências socioemocionais, com
perceção de bem-estar e, com o conjunto de sintomas
físicos e psicológicos. Por outro lado, ter sintomas de-
pressivos está positivamente associado a sentir tristeza
tão grande que parece não aguentar e preocupações,
ter-se autolesionado e com ter as expectativas futuras
afetadas pela COVID-19.
PalavRas-chave
depressão; adolescência; COVID-19; competências so-
cioemocionais; saúde mental.
abstRact
The main objective of this study is to understand
the depressive symptoms in adolescence during the
COVID-19 pandemic from a bio-psycho-social perspec-
tive. A total of 826 adolescents with a mean age of
14.30±2.40 years participated in the study, from Câma-
ra Municipal de Famalicão (Portugal). The results reveal
of the adolescents under study, 30.7 % reported having
depressive symptoms, 34.9% felt sadness so great that
it does not seem to hold. It is noteworthy that 80.6%
felt worried and 86.2% have a positive perception of
their health. Depressive symptoms were negatively as-
sociated with having socio-emotional skills, with per-
ceived well-being and with the set of physical and psy-
chological symptoms. On the other hand, depressive
symptoms were positively associated with feeling so
sad that they cannot seem to cope and worry, having
self-injured and having future expectations aected by
COVID-19.
KeywoRds
depression; adolescence; COVID-19; socio-emotio-
nal competencies; mental health.
Correspondencia: Tania Gaspar. E-mail: tania.gaspar.barra@gmail.com
Recibido: 02/05/2022; aceptado: 26/05/2022
114 ESTUDO DOS FATORES SOCIAIS E PESSOAIS RELACIONADOS COM OS SINTOMAS DEPRESSIVOS ...
Análisis y Modicación de Conducta, 2022, vol. 48, nº 177
Introdução
A saúde mental, o bem-estar e a qualidade de
vida são fundamentais para o desenvolvimento
humano positivo ao nível pessoal e social.
Perturbações ou diculdades acentuadas
ao nível da saúde mental e qualidade de vida
podem comprometer estas capacidades e con-
sequentemente o desenvolvimento do poten-
cial dos indivíduos, e das sociedades. Segundo
a Organização Mundial de Saúde (World Heal-
th Organization [WHO], 2013a; 2013b) a saúde
mental é denida como uma componente da
saúde relacionada com o bem-estar e quali-
dade de vida através do qual as pessoas con-
cretizam o seu potencial, gerem as situações
stressantes e desaantes da vida, estudam e
trabalham de forma produtiva e construtiva e
contribuem para o seu desenvolvimento e da
sua comunidade.
Diversos conceitos estão intimamente liga-
dos à saúde mental, tais como, resiliência, oti-
mismo, psicologia positiva, capital social, am-
biente salutogénico e qualidade de vida (Gó-
mez-Baya et al., 2000; Gaspar et al., 2012, 2014,
2015; Gaspar et al., 2017; Gaspar et al., 2017).
O aprofundamento do estudo da saúde
mental e bem-estar tem uma importância
crescente como meio de monitorizar o esta-
do de saúde da população ao longo do tem-
po, ao detetar subgrupos da população com
mais diculdades ou perturbações a este nível
e avaliar o impacto de intervenções a nível da
prevenção e promoção de saúde numa deter-
minada população e num determinado con-
texto. A monitorização do estado de saúde
mental e bem-estar de uma população, é uma
das principais atividades da investigação em
saúde pública e psicologia da saúde (Carreira
et al., 2019).
Durante a adolescência, como período de
transição evolutiva entre a infância e a idade
social adulta parece aumentar a presença de
sintomas de ansiedade e depressão. A pre-
sença de sintomas psicossomáticos, de preo-
cupações e de comportamentos autolesivos
também aumenta na adolescência. O apare-
cimento de sintomas clinicamente signicati-
vos na adolescência, por sua vez, aumenta o
risco de sofrer distúrbios psicológicos na idade
adulta (Bellis et al., 2014). São diversos os fato-
res que podem inuenciar a saúde mental e o
bem-estar dos adolescentes: a relação com os
pares, o relacionamento com a família, o con-
sumo de substâncias, as perturbações men-
tais, a falta de competências pessoais e sociais,
entre outros. Não há uma causa única para os
problemas de saúde mental e ninguém se en-
contra imune.
A pandemia COVID-19 teve impacto ao ní-
vel global, nomeadamente ao nível da saúde
mental das crianças e adolescentes. A pande-
mia COVID-19 apresentou desaos a longo
prazo para além da saúde física, afetando os
domínios económico, social e da saúde men-
tal. A pandemia pode ser particularmente
desaante para as populações adolescentes,
especialmente aquelas com antecedentes de
exposição ao stress no início da vida devido ao
aumento do risco para a saúde mental (Nicola
et al., 2020).
O isolamento dos amigos ao longo do tem-
po, a incerteza sobre o futuro tanto a curto
como a longo prazo, bem como um contínuo
estado de medo, tal como o medo de ser in-
115
T. GASPAR • S. GASPAR • F. BOTELHO • A. CERQUEIRA • C. BRANQUINHO • G. TOMÉ • M. REIS • J. CASTRO • M. GASPAR
Análisis y Modicación de Conducta, 2022, vol. 48, nº 177
fetado, tudo isto tem demonstrado constituir
um risco para o desenvolvimento da psicopa-
tologia na juventude (Gonçalves et al., 2020;
Kato et al., 2020; Xie et al., 2019).
Um estudo realizado por Hafstad et al.
(2021) conclui que de 2019 para 2020 os níveis
clínicos de ansiedade e depressão dos adoles-
centes aumentaram. Sendo que ser rapariga,
com problemas de saúde mental pré-existen-
tes, e vivendo numa família monoparental,
previu níveis mais elevados de ansiedade e
sintomas depressivos. Os níveis de sintomas
foram desigualmente distribuídos por grupos
demográcos antes e durante o surto pandé-
mico, indicando que persistem disparidades
de saúde para adolescentes em grupos de ris-
co durante uma pandemia. As desigualdades
de saúde relacionadas com as condições de
vida têm de ser abordadas em planos de ação
futuros, e são necessárias medidas intensica-
das para mitigar as desigualdades.
O estudo desenvolvido por Cohen et al.
(2021) demonstrou grandes aumentos de de-
pressão e ansiedade em adolescentes que
eram saudáveis antes da pandemia de CO-
VID-19, enquanto os adolescentes expostos
a eventos stressantes em idade precoce evi-
denciaram sintomas elevados, mas estáveis ao
longo do tempo. Os autores identicaram que
manter relação com os amigos mesmo que
online e dar prioridade ao sono teve um efeito
protetor contra a ansiedade dos adolescentes
saudáveis.
Quando se analisam resultados no âmbito
da prevenção e promoção de saúde mental,
que envolvem estudos e intervenções, é im-
portante ter em conta a perceção de saúde
da população-alvo, nomeadamente, ao nível
físico, cultural, envolvimento social, pressões
sociais, comportamentos de saúde, e proces-
sos psicossociais, tais como, estilos de coping
e suporte social. Estes fatores podem funcio-
nar como protetores ou risco na saúde mental
e bem-estar. Como consequência, podem ser
identicadas pessoas em risco em termos da
sua saúde subjetiva, nomeadamente, crianças
e jovens com necessidades especiais de edu-
cação e saúde, com problemas de comporta-
mento e adultos e idosos com doença cróni-
ca, em situação isolamento social etc., podem
ser-lhes fornecidos programas de intervenção
baseados na evidência e, adicionalmente, a
avaliação dos resultados contribui para a ela-
boração de recomendações e boas práticas
promotoras da saúde mental e qualidade de
vida (Gaspar, et al., 2015; Gaspar, et al., 2014;
Gaspar et al., 2017a; Gaspar et al., 2017b).
Se as pessoas apresentarem mais fatores
protetores, tem tendência avaliar o seu bem-
-estar e qualidade de vida como mais positiva.
O fator protetor pode mediar a relação entre as
características e competências dos indivíduos
e as ameaças dos fatores externos (Lawford &
Eiser, 2001; Morgan, 2007).
É fundamental, promover um bom ambiente
sociocultural, a nível escolar e comunitário.
Através do desenvolvimento de competências
de tolerância, empatia e igualdade entre rapazes
e raparigas, entre diferentes grupos étnicos,
religiosos ou diferentes grupos sociais. Esta ação
passa, também, por estabelecer mais e melhores
conexões entre a escola, família e comunidade,
encorajando a criatividade, competências
académicas e promovendo a autoestima e
116 ESTUDO DOS FATORES SOCIAIS E PESSOAIS RELACIONADOS COM OS SINTOMAS DEPRESSIVOS ...
Análisis y Modicación de Conducta, 2022, vol. 48, nº 177
autoconança das crianças e dos adolescentes
(Ferlatte et al.,2020; Gaspar et al., 2012; Matos,
2005a; 2005b; Matos, 2022; WHO, 2001).
Em contexto escolar, e envolvendo toda a
comunidade educativa, a saúde mental pode
ser promovida através de programas preventi-
vos que impliquem governo, comunidade, fa-
mília e escola (Gaspar et al., 2020; Gomez-Baya
et al., 2018; López-Pérez, & Zuanò, 2021; Ma-
tos et al., 2020; Tomé et al., 2020).
Os psicólogos têm que se confrontar com o
desao de providenciar serviços e programas
promotores de saúde mental e qualidade de
vida que sejam sensíveis às diferenças sociais,
culturais, bem como às diferenças individuais,
fazendo uma utilização ecaz dos recursos dis-
poníveis e promovendo a capacitação e a au-
tonomia dos indivíduos e comunidade (Hueb-
ner et al.,2004; Matos et al., 2019).
O presente trabalho tem como objetivo
principal a compreensão dos sintomas depres-
sivos na adolescência durante a pandemia CO-
VID-19 numa perspetiva biopsicossocial.
Método
Este trabalho tem por base o estudo Health
Behaviour School Aged Children colaborativo da
Organização Mundial de Saúde (Inchley et al.,
2016; Matos et al., 2018; 2021) que visa o estu-
do dos comportamentos e saúde dos adoles-
centes. A presente investigação inclui alunos
do 6º, 8º, 10º e 12º anos, das escolas públicas
do concelho de Famalicão. Os dados recolhi-
dos pretendem estudar os comportamentos
dos adolescentes nos seus contextos de vida e
a sua inuência na saúde e bem-estar.
O estudo teve o parecer positivo do MIME
(Monitorização de Inquéritos em Meio Escolar)
e da Comissão de Ética, através da Comissão
Jurídica da Câmara Municipal de Vila Nova de
Famalicão. Foi obtida a colaboração das escolas
e a participação dos alunos foi voluntária e anó-
nima, sujeita à aprovação dos encarregados de
educação, sempre que os alunos eram menores
de 18 anos. Os questionários foram ministrados
online, com utilização do Google Forms.
Mais detalhes sobre o protocolo e os proce-
dimentos de recolha de dados do estudo po-
dem ser consultados em Inchley et al. (2016) e
Matos et al. (2018; 2021).
Participantes
Participaram no estudo 826 adolescentes
com uma média de idades de 14,30±2,40 anos
onde 54,4% (n=443) eram do sexo feminino.
Medidas e variáveis
Tendo em conta os objetivos do presente
estudo, foram consideradas as variáveis pre-
sentes na Tabela 1.
Procedimento
Os dados recolhidos pretendem estudar os
comportamentos dos adolescentes nos seus
contextos de vida e a sua inuência na saúde e
bem-estar.
Foi realizada estatística descritiva, análise
Qui-Quadrado, análise ANOVA e Regressões lo-
gísticas com recursos ao programa SPSS v. 26.
Resultados
Dos adolescentes em estudo, 30,7 % (n=179)
referiu ter sintomas depressivos, 34,9% (n=288)
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T. GASPAR • S. GASPAR • F. BOTELHO • A. CERQUEIRA • C. BRANQUINHO • G. TOMÉ • M. REIS • J. CASTRO • M. GASPAR
Análisis y Modicación de Conducta, 2022, vol. 48, nº 177
sentiu tristeza tão grande que parece não
aguentar. Destaca-se que 80,6% (n=470) sentiu
preocupações e 86,2% (n=712) tem uma perce-
ção positiva da sua saúde (Tabela 2).
Da análise bivariada (Tabela 3), destaca-se
que ter sintomas depressivos está signicati-
vamente relacionado com ser do sexo femini-
no, sentir uma tristeza tão grande que parece
não aguentar, ter preocupações, ter uma má
perceção de saúde ter-se autolesionado, não
se sentir seguro na zona onde vive e ter as
expectativas futuras afetadas pela pandemia
COVID-19. Adicionalmente, está signicativa-
mente relacionado com pior relação com os
Variáveis Medidas
Género 1 – Rapaz; 2 – Rapariga
Escolaridade 1 – 6º ano; 2 – 8º ano; 3 – 10º ano; 4 – 12º ano
Sintomas depressivos
Escala com 10 itens que avaliam sintomatologia depressiva (e.g. sentir deprimi-
do, falta de esperança, medo, solidão, perceção de infelicidade).
A variável foi dicotomizada tendo como referência ter ou não sintomas (Sem
sintomas/Com sintomas).
Tristeza que não aguenta Sentir tristeza tão grande que parece não aguentar.
1 – Não; 2 – Sim
Preocupações Perceção se anda ou ca preocupado.
1 – Não; 2 – Sim
Perceção de saúde Perceção de como está a sua saúde
1 – Má; 2 – Boa
Autolesão Magoar a si próprio de propósito.
1 – Não; 2 – Sim
Segurança na zona onde vive Perceção de segurança na zona onde vive
1 – Não; 2 – Sim
COVID-19 afeta expectativas
futuras
COVID-19 afetou as expectativas de futuro.
1 – Não; 2 – Sim
Relação com os professores
Escala com 3 itens numa escala de Likert de cinco pontos, sendo 1 concordo
fortemente e 5 discordo fortemente. Valores mais elevados revelam uma pior
perceção de relação com os professores: se aceitam, se interessam e se tratam
com justiça.
Relação com os colegas
Escala com 3 itens numa escala de Likert de cinco pontos, sendo 1 concordo
fortemente e 5 discordo fortemente. Valores mais elevados revelam uma pior
perceção de relação com os colegas: se gostam de estar juntos, se são simpáti-
cos e se aceitam.
Apoio familiar
Escala com 4 itens, numa escala de Likert de 7 pontos, sendo 1 discordo muito
fortemente e 7 concordo muito fortemente. Valores mais elevados revelam uma
maior relação com a família (se ajuda, se dá apoio emocional, se ajudam a tomar
decisões e se comunicam sobre problemas).
Bem-estar
Escala Kidscreen-10 (Gaspar & Matos, 2009) com 10 itens numa pontuação de 0
a 5. Pontuações mínima de 5 e pontuação máxima de 50. Valores mais elevados
revelam uma melhor perceção de bem-estar.
Competências socioemocio-
nais
Escala “Para mim é fácil” (Gaspar & Matos, 2015) com 17 itens numa escala de
Likert de cinco pontos, sendo 1 nunca e 5 sempre. Valores mais elevados revelam
melhores competências socioemocionais.
Sintomas físicos e psicológicos
Conjunto de 12 sintomas físicos e psicológicos nos últimos 6 meses (e.g. dores
de cabeça e estômago e nervosismo e mau humor). Valores mais elevados reve-
lam mais sintomas físicos e psicológicos.
Tabela 1
Medidas e variáveis em estudo
118 ESTUDO DOS FATORES SOCIAIS E PESSOAIS RELACIONADOS COM OS SINTOMAS DEPRESSIVOS ...
Análisis y Modicación de Conducta, 2022, vol. 48, nº 177
Total
M±DP/Min-Max* ou %
Idade (anos)* 14,30±2,40
Min=11,00; Máx=21,00
Género
Rapaz
Rapariga
45,5 (370)
54,4 (443)
Escolaridade
6º ano
8º ano
10º ano
12º ano
29,4 (243)
28,3 (234)
19,7 (163)
22,5 (186)
Sintomas depressivos
Sem sintomas
Com sintomas
69,3 (404)
30,7 (179)
Tristeza que não aguenta
Não
Sim
65,1 (538)
34,9 (288)
Preocupações
Não
Sim
19,4 (113)
80,6 (470)
Perceção de saúde
Boa
13,8 (114)
86,2 (712)
Autolesão
Não
Sim
81,8 (477)
18,2 (106)
Segurança na zona onde vive
Não
Sim
34,3 (200)
65,7 (383)
COVID-19 afeta expectativas futuras
Não
Sim
69,0 (402)
31,0 (181)
Relação com os professores* 14,30±2,40
Min=3,00; Máx=15,00
Relação com os colegas* 22,67±6,00
Min=4,00; Máx=28,00
Apoio familiar* 22,13±5,92
Min=4,00; Máx=28,00
Bem-estar* 36,08±7,36
Min=12,00; Máx=50,00
Sintomas depressivos* 18,83±6,07
Min=10,00; Máx=39,00
Competências socioemocionais* 33,74±8,91
Min=10,00; Máx=50,00
Sintomas físicos e psicológicos* 41,48±10,27
Min=12,00; Máx=55,00
Abreviações: DP - Desvio Padrão; Máx, Máximo; M - Média; Min, Mínimo
Tabela 2
Características dos participantes (n=826)
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T. GASPAR • S. GASPAR • F. BOTELHO • A. CERQUEIRA • C. BRANQUINHO • G. TOMÉ • M. REIS • J. CASTRO • M. GASPAR
Análisis y Modicación de Conducta, 2022, vol. 48, nº 177
professores, pior relação com colegas de tur-
ma, sentir menos apoio da família, ter menor
bem-estar, sentir menos competências socioe-
mocionais, mas também no conjunto ter mais
sintomas físicos e psicológicos.
Da análise inferencial (Tabela 4), o modelo
de sintomas depressivos com fatores sociais, o
modelo é robusto (F= 39,82 (7, 566), p< 0,001)
e explica 33% dos sintomas depressivos. Ter
sintomas depressivos está negativamente
associado com apoio da família, relação com
professores, relação com colegas de turma,
mais competências socioemocionais e sentir-
-se seguro na zona de residência.
Já no que diz respeito à análise do modelo
de sintomas depressivos com fatores psicoló-
gicos, o modelo é robusto (F= 96,22 (9, 564),
p< 0,001) e explica 60% dos sintomas depressi-
vos nos adolescentes em estudo. Ter sintomas
depressivos está signicativamente e negati-
Sintomas depressivos
Sem sintomas Com sintomas p
Sexo1
Rapaz
Rapariga
*47,4 (190)
52,6 (211)
33,5 (58)
*66,5 (115)
0,002
Escolaridade1
8º ano
10º ano
12º ano
39,4 (159)
27,2 (110)
33,4 (135)
41,9 (75)
29,6 (53)
28,5 (51)
0,498
Tristeza que não aguenta1
Não
Sim
*79,7 (322)
27,4 (49)
20,3 (82)
*72,6 (130)
<0,001
Preocupações1
Não
Sim
*25,7 (104)
74,3 (300)
5,0 (9)
*95,0 (170)
<0,001
Perceção de Saúde1
Boa
11,9 (48)
*88,1 (356)
*27,4 (49)
72,6 (130)
<0,001
Autolesão1
Não
Sim
*91,1 (368)
8,9 (36)
60,9 (109)
*39,1 (70)
<0,001
Segurança na zona onde vive1
Não
Sim
26,7 (108)
*73,3 (296)
*51,4 (92)
48,6 (87)
<0,001
COVID-19 afeta Expectativas futuras1
Não
Sim
*75,7 (306)
24,3 (98)
53,6 (96)
*46,4 (83)
<0,001
Relação com os professores211,59±2,26 10,18±2,75 <0,001
Relação com os colegas turma212,13±2,23 10,86±2,72 <0,001
Apoio familiar225,28±4,89 20,87±6,81 <0,001
Bem-estar238,73±6,25 30,09±6,05 <0,001
Competências socioemocionais 2 35,69±8,48 29,34±8,30 <0,001
Sintomas físicos e psicológicos243,75±8,40 32,50±10,00 <0,001
1Teste Qui-quadrado; 2ANOVA
*residuais ajustados >1,96
Tabela 3
Análise bivariada dos sintomas depressivos (Teste do qui-quadrado e ANOVA)
120 ESTUDO DOS FATORES SOCIAIS E PESSOAIS RELACIONADOS COM OS SINTOMAS DEPRESSIVOS ...
Análisis y Modicación de Conducta, 2022, vol. 48, nº 177
B Erro padrão Βeta tp
Modelo 1- Fato-
res Sociais
(Constante) 36,168 2,269 15,939 <0,001
Sexo 0,913 0,438 0,075 2,084 0,038
Idade 0,003 0,112 0,001 0,027 0,978
Apoio familiar -0,243 0,041 -0,233 -5,964 0,001
Relação com colegas -0,256 0,099 -0,103 -2,590 0,010
Relação com professores -0,301 0,099 -0,124 -3,044 0,002
Competências socioemocionais -0,166 0,026 -0,245 -6,467 <0,001
Segurança na zona onde vive -1,588 0,478 -0,124 -3,320 0,001
R2 =0,57; F=39,819 (7/566), p<0,001
Modelo 2 – Fato-
res Psicológicos
(Constante) 35,869 2,071 17,320 <0,001
Sexo -0,472 0,355 -0,039 -1,330 0,184
Idade -0,043 0,088 -0,014 -0,492 0,623
Bem-estar -0,345 0,028 -0,417 -12,165 <0,001
Sintomas físicos e psicológicos -0,136 0,022 -0,229 -6,069 <0,001
Perceção de saúde 0,001 0,458 0,000 0,001 0,999
Tristeza que não aguenta 1,605 0,457 0,127 3,511 <0,001
Preocupações 1,206 0,470 0,079 2,565 0,011
Autolesão 2,086 0,470 0,132 4,442 <0,001
COVID-19 afeta expectativas fu-
turas 1,262 0,364 0,096 3,464 0,001
R2= 0,778; F=96,216 (9/564), p<0,001
Modelo 3 – Fato-
res Psicossociais
(Constante) 37,562 2,178 17,246 <0,001
Sexo -0,571 0,355 -0,047 -1,608 0,108
Idade -0,035 0,088 -0,011 -0,403 0,687
Apoio familiar -0,006 0,034 -0,006 -0,192 0,848
Relação com colegas -0,016 0,077 -0,007 -0,210 0,834
Relação com professores -0,086 0,077 -0,035 -1,121 0,263
Competências socioemocionais -0,051 0,021 -0,076 -2,412 0,016
Segurança na zona onde vive -0,515 0,371 -0,040 -1,389 0,165
Bem-estar -0,306 0,031 -0,370 -9,832 <0,001
Sintomas físicos e psicológicos -0,130 0,023 -0,218 -5,652 <0,001
Perceção de saúde 0,212 0,463 0,013 0,459 0,647
Tristeza que não aguenta 1,584 0,456 0,125 3,472 0,001
Preocupações 1,184 0,470 0,077 2,519 0,012
Autolesão 1,990 0,472 0,126 4,212 <0,001
COVID-19 afeta expectativas fu-
turas 1,030 0,372 0,079 2,771 0,006
R2= 0,614; F=63,457 (14/559), p<0,001
Tabela 4
Regressão linear: sintomas depressivos e fatores sociais, psicológicos e psicossociais
121
T. GASPAR • S. GASPAR • F. BOTELHO • A. CERQUEIRA • C. BRANQUINHO • G. TOMÉ • M. REIS • J. CASTRO • M. GASPAR
Análisis y Modicación de Conducta, 2022, vol. 48, nº 177
vamente associado com o bem-estar e com os
sintomas físicos e psicológicos (em conjunto).
Por outro lado, está signicativamente e posi-
tivamente associado a sentir tristeza tão gran-
de que parece não aguentar e preocupações,
ter-se autolesionado e com ter as expectativas
futuras afetadas pela pandemia COVID-19.
Dos resultados do modelo de sintomas de-
pressivos com o conjunto dos fatores psicosso-
ciais (analisados individualmente nos dois pri-
meiros modelos), o modelo global é robusto
(F= 63,46 (14, 559), p< 0,001) e explica cerca de
61% dos sintomas depressivos nos adolescen-
tes em estudo. Da análise deste modelo glo-
bal, ter sintomas depressivos está signicativa-
mente e negativamente associado a ter com-
petências socioemocionais, com perceção de
bem-estar e, com o conjunto de sintomas físi-
cos e psicológicos. Por outro lado, ter sintomas
depressivos está signicativamente e positi-
vamente associado a sentir tristeza tão gran-
de que parece não aguentar e preocupações,
ter-se autolesionado e com ter as expectativas
futuras afetadas pela pandemia COVID-19.
Discussão
O presente trabalho tem como objetivo
principal a compreensão dos sintomas depres-
sivos na adolescência durante a pandemia CO-
VID-19 numa perspetiva biopsicossocial.
Para a melhor compreensão e caracteriza-
ção da saúde mental e sintomatologia depres-
siva dos adolescentes neste cenário de pande-
mia incluímos fatores relacionados com a saú-
de, nomeadamente a perceção de saúde e sin-
tomas físicos, fatores psicológicos, tais como,
perceção de bem-estar, sintomas psicológicos,
sofrimento psicológico extremos (autolesão e
sentir tão triste que não aguenta), preocupa-
ções, e de que modo as expectativas futuras
foram afetadas pela COVID-19. Adicionalmen-
te foram incluídos fatores sociais e ambientais,
nomeadamente, relações com a família, pro-
fessores, colegas e perceção de segurança na
zona onde reside.
O estudo aprofundado dos sintomas de-
pressivos na adolescência revela que são as ra-
parigas, os adolescentes com pior perceção da
sua saúde, os que referem ter mais preocupa-
ções, os que mais indicam sentir uma tristeza
tão grande que quase não aguentam, os que já
se autolesionaram e os que mais sentem que a
COVID-19 afetou as suas expectativas futuras,
apresentando assim mais sintomas depressi-
vos. Por outro lado, são os adolescentes com
melhor perceção de bem-estar e com mais
competências socio emocionais, os que repor-
tam melhores relações sociais com a família,
professores e colegas e os que se sentem mais
seguros na zona em que vivem revelando as-
sim menos sintomas depressivos.
Os modelos estudados para a melhor com-
preensão da depressão na adolescência in-
dicam que os sintomas depressivos melhor
explicados pelos fatores psicológicos, salien-
tando a força da perceção de bem-estar e dos
sintomas físicos e psicológicos. Os fatores so-
ciais e ambientais, estudados isoladamente,
também revelam algum valor explicativo dos
sintomas depressivos, salientando o papel da
família e das competências socio emocionais.
Uma análise aprofundada dos resultados
obtidos pelos modelos de análise permite-
-nos inferir que os sintomas depressivos nos
122 ESTUDO DOS FATORES SOCIAIS E PESSOAIS RELACIONADOS COM OS SINTOMAS DEPRESSIVOS ...
Análisis y Modicación de Conducta, 2022, vol. 48, nº 177
adolescentes estão fortemente relacionados
com os fatores psicológicos e bem-estar. Nes-
te aspecto as competências socio emocionais
surgem como potenciais fatores protetores da
sintomatologia depressiva na adolescência e
podem apoiar os adolescentes na gestão e na
mitigação do impacto da COVID-19 na sua saú-
de mental e nas suas expectativas futuras.
Um estudo de Endo et al. (2017) demons-
trou uma relação entre os adolescentes que se
encontram numa situação de maior isolamen-
to social e que passam mais tempo sozinhos
e uma maior probabilidade de existência de
ideação suicida e de comportamentos auto-
lesivos. As preocupações são outro fator que
tem surgido associado à sintomatologia an-
siosa e depressiva em crianças e adolescentes
(Gorday et al., 2018; Topper et al., 2017).
A pandemia COVID-19 conduziu a diversas
mudanças na vida dos adolescentes, nomea-
damente ao nível dos relacionamentos inter-
pessoais (e.g. família e amigos) e do desenvol-
vimento ou agravamento de sintomatologia
do foro da saúde mental (Rogers et al., 2021).
Um estudo de Magson et al. (2021) permitiu
observar que a sintomatologia ansiosa e de-
pressiva dos adolescentes sofreu um aumento
durante a pandemia da COVID-19 e, no sentido
inverso, a satisfação com a vida sofreu uma di-
minuição signicativa. Os autores vericaram,
também, que estes resultados estavam mais
pronunciados nas raparigas comparativamen-
te com os rapazes.
Um estudo longitudinal de Borschmann et
al. (2017) observou que a prática de autolesões
na adolescência se relaciona com o desenvolvi-
mento de problemas relacionados com a saúde
mental e com o envolvimento em comporta-
mentos de risco. As evidências apontam no sen-
tido de as autolesões se associarem a diversos
fatores de risco, nomeadamente com a sinto-
matologia depressiva (Klemera et al., 2017; Ple-
ner et al., 2018), o que vai de encontro aos resul-
tados obtidos neste estudo. Estes resultados re-
forçam a importância de delinear intervenções
direcionadas aos adolescentes que apresentam
um risco mais elevado para o desenvolvimen-
to de problemáticas neste âmbito, como o caso
daqueles que se envolvem em comportamen-
tos autolesivos (Gaspar, et al, 2019; Borschmann
et al., 2017; Klemera et al., 2017).
A adolescência já é só por si uma fase mar-
cada por diversos desaos que podem colocar
os jovens perante um risco acrescido relativa-
mente ao desenvolvimento de problemáticas
do foro da saúde mental (Bailen et al., 2019;
Johnson et al., 2018). A pandemia COVID-19 le-
vantou inúmeros desaos para a população jo-
vem (Magson et al., 2020), nomeadamente no
que concerne à incerteza sobre o futuro, numa
perspetiva a curto e a longo prazo. Este facto
contribuiu para um aumento do risco relativa-
mente ao desenvolvimento de problemáticas
psicopatológicas (Gonçalves et al. 2020; Kato
et al., 2020; Nicola et al, 2020; Xie et al, 2019).
Por outro lado, as evidências apontam no sen-
tido de que as relações sociais se constituírem
como um fator de proteção no decorrer dos su-
cessivos connamentos vivenciados durante a
situação de pandemia (Magson et al., 2021).
Outro aspeto importante no que concerne
ao bem-estar psicossocial e à saúde mental
dos adolescentes prende-se com a perceção
de segurança relativamente à zona onde vi-
123
T. GASPAR • S. GASPAR • F. BOTELHO • A. CERQUEIRA • C. BRANQUINHO • G. TOMÉ • M. REIS • J. CASTRO • M. GASPAR
Análisis y Modicación de Conducta, 2022, vol. 48, nº 177
vem. Os adolescentes que percecionam a zona
onde vivem como sendo segura tendem a ex-
perienciar menos sintomas depressivos (Assari
& Caldwell, 2017; Dawson et al., 2019; Gold-
man-Mellor et al., 2016; Helbich et al., 2020), o
que está alinhado com os resultados encontra-
dos neste estudo.
Um estudo de Van Beveren (2018) permitiu
observar que as competências ao nível da au-
torregulação e da resolução de problemas se
relacionam com a sintomatologia depressiva,
na medida em que podem funcionar como
um fator protetor relativamente ao desenvol-
vimento de problemáticas relacionadas com
este tipo de sintomas. As diculdades ao nível
da gestão emocional constituem-se como um
fator de risco no que diz respeito à sintoma-
tologia depressiva (Fiorilli et al., 2019). Deste
modo, as evidências apontam no sentido de
que menos competências sociais e emocionais
se relacionarem com a existência de mais sin-
tomas depressivos (Garaigordobil et al., 2017;
Lacomba-Trejo et al., 2020).
No que diz respeito ao bem-estar e à quali-
dade de vida, um estudo de Gaspar et al. (2019)
evidenciou que a saúde mental dos adolescen-
tes se relaciona com estes domínios. A depres-
são surge relacionada de forma negativa com
o bem-estar e a qualidade de vida, o que signi-
ca que os adolescentes com um maior nível
de bem-estar apresentam menos sintomato-
logia depressiva. Para além disso, a sintoma-
tologia depressiva na adolescência reete-se
numa perceção de saúde mais reduzida e em
riscos relacionados com a saúde e bem-estar
que podem perdurar para além da fase da ado-
lescência (Johnson et al., 2018; Keenan-Miller
et al., 2007; Naicker et al., 2013).
Os fatores familiares como a conitualidade
e instabilidade, uma menor proximidade emo-
cional e piores relações entre pais e lhos são
exemplos de aspetos da esfera da família que
surgem associados a um aumento da sintoma-
tologia depressiva (Abbas & Albuhairan, 2017;
Babore et al., 2016; Lewis et al., 2015; Lu, 2019;
Wang, Tian et al., 2020). Inversamente, um am-
biente familiar mais positivo associa-se com
uma menor sintomatologia depressiva (Klasen
et al., 2015; Rawatlal et al., 2015).
Para além disso, a literatura sugere que os
adolescentes que percecionam melhores rela-
ções sociais são os que reportam menos sin-
tomas depressivos (Van Droogenbroeck et al.,
2018; Wang, Feng et al., 2016). Importa referir
que as relações com a família, com os profes-
sores e os colegas são passíveis de inuenciar
o desenvolvimento de sintomatologia de-
pressiva, podendo constituir-se como fatores
protetores ou de risco. De referir que a força
destas relações no que concerne às três fontes
de suporte (e.g. família, professores e colegas)
pode variar consoante a idade dos adolescen-
tes (Pössel et al., 2018).
Conclusão
A saúde mental e bem-estar dos adolescen-
tes devem ser compreendidas como fenóme-
nos multidimensionais e numa perspetiva eco-
lógica, na medida em que são inuenciados e
inuenciam fatores pessoais, sociais, comuni-
tários, institucionais e políticos.
Podem ser identicados diversos grupos
de indivíduos que se encontram em maior ris-
124 ESTUDO DOS FATORES SOCIAIS E PESSOAIS RELACIONADOS COM OS SINTOMAS DEPRESSIVOS ...
Análisis y Modicación de Conducta, 2022, vol. 48, nº 177
co ao nível da saúde mental e de perceção de
qualidade vida menos positiva e de desenvol-
ver comportamentos ligados ao risco, nomea-
damente tendo em conta as caraterísticas de
género, situação de saúde e relação com os
contextos.
Indivíduos com competências pessoais e
sociais mais desenvolvidas e adequadas aos
contextos tendem a lidar com os fatores de ris-
co com maior ecácia e tendem a preservar e
desenvolver a saúde mental e menos sintomas
depressivos. Assim, a promoção de competên-
cias pessoais e sociais pode funcionar como
um fator protetor ao nível da saúde mental
e na gestão dos fatores de risco individuais e
ecológicos.
Numa perspetiva de promoção e de edu-
cação para a saúde, tendo em conta diversos
fatores relacionados com os comportamentos
de saúde e doença, nomeadamente, políti-
cas de saúde, utilização e acesso aos serviços
de saúde, especialmente cuidados de saúde
primários, a ecácia de modicação de com-
portamentos no sentido da adoção de uma
vida saudável passa por (1) compreender a
evolução dos comportamentos em causa; (2)
identicar determinantes pessoais, sociais, si-
tuacionais, ambientais e políticas passíveis de
ser modicadas; (3) desenvolver estratégias de
modicação de comportamentos, através de
mudanças individuais (cognitivas, comporta-
mentais, emocionais e motivacionais/expeta-
tivas), quer através de mudanças no ambiente
físico e no ambiente social.
Por m, numa perspetiva ecológica, a pro-
moção e a educação para a saúde são proces-
sos de capacitação, participação e responsa-
bilização dos indivíduos que permitem (1) ao
nível individual o desenvolvimento da autoe-
cácia, autorregulação, autoestima, autoconcei-
to e bem-estar; (2) ao nível interpessoal, pro-
mover a melhoria das relações interpessoais
relevantes, essencialmente, a família, grupo
de pares/colegas de trabalho e professores/
cheas. Este processo passa pela promoção
de competências de comunicação e assertivi-
dade, promoção de estratégias de prevenção
e gestão de conitos, promoção do envolvi-
mento efetivo, sistemático e continuado de
todos os atores no processo de mudança; (3)
ao nível institucional/comunitário, dando re-
levo às instituições escolares, entidades co-
munitárias/associativas e instituições dos cui-
dados de saúde primários. Além de atender
às suas competências fundamentais e diretas
(educar, disponibilizar atividades comunitá-
rias/associativistas e monitorizar a saúde res-
petivamente), as políticas destas instituições
devem entender e agir com as pessoas tendo
em conta a promoção de um desenvolvimento
global saudável e positivo; (4) ao nível políti-
co, as medidas devem integrar diversas áreas
governativas, ou seja devem ser ponderadas e
implementadas medidas multiministeriais, en-
volvendo os ministérios da tutela da saúde, da
educação, da segurança social, da justiça entre
outras. Por outro lado, as medidas devem ser
baseadas na evidência cientíca, devem ser
implementadas independentemente da agen-
da política, as suas implementações devem ser
continuadas, sistematicamente avaliadas e se
necessário reajustadas face os resultados e ne-
cessidades emergentes.
125
T. GASPAR • S. GASPAR • F. BOTELHO • A. CERQUEIRA • C. BRANQUINHO • G. TOMÉ • M. REIS • J. CASTRO • M. GASPAR
Análisis y Modicación de Conducta, 2022, vol. 48, nº 177
A saúde mental e bem-estar na adolescên-
cia requer a participação e a acessibilidade de
todos no desenvolvimento de estratégias e-
cazes de gestão do stress provocado pela pan-
demia COVID-19 e outros acontecimentos de
vida, e ainda, no desenvolvimento de compe-
tências socio emocionais, promotores de saú-
de mental e que previnam o aparecimento de
sintomas depressivos e diculdade na gestão
de expectativas negativas face ao futuro.
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